Lembrado por muitos como um grande jogador, a verdade é que a carreira de Mário Jardel, em clubes como o FC Porto, o Sporting ou o Beira-Mar ficou marcado pelos altos e baixos muito associados à toxicodependência. Numa entrevista à 'GloboEsporte', o ex-avançado abordou a sua luta contra as drogas e a depressão.

"O melhor momento é este que eu vivo, com Deus, com sabedoria, não consumo mais nada ilícito. Tenho feito ótimos contratos e relacionamentos, mudei toda minha rotina, dei a volta por cima. Pode-se tudo, tanto cair como levantar, não se pode é persistir no erro. Todos os dias estou com Deus, tenho terapia, procurei ajuda e ganhei esse fortalecimento diário. Passei por esse caminho e venci", começou por dizer.

"Estou livre, leio todos os dias, escrevo como foi o meu dia. A quem tem medo, digo que enfrente. Eu passei pela depressão, enfrentei e venci. Tanta gente com problemas irreversíveis e a gente a lamentar-se. É levantar a cabeça e viver o dia a dia com serenidade, amor próprio e limpo. Participo de inaugurações, presenças VIP. Estou a assinar contrato com uma casa de apostas também. Há coisas grandiosas a acontecer na minha vida, sinto-me como se tivesse 17 anos. Eu estou a comprometer-me, a comportar-me bem, não faço nada errado, não bebo, não uso drogas. Eu tenho uma estrela enorme e tudo o que tenho feito tem dado certo", recomendou.

Quanto às acusações de corrupção de que foi alvo em 2015, Mário Jardel afirma que não passou tudo de uma "armação", depois de ter sido eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul em 2014, tendo virado alvo de investigação do Ministério Público por suspeita de desviar verbas da Assembleia Legislativa.

"Aquilo foi armação para mim, ficou para trás. Eu sabia que seria eleito, a torcida do Grémio elegeu-me, eu errei em não colocar pessoas capazes, pessoas de dentro armaram para mim. Já consegui desbloquear os meus bens, nada foi provado, falta um ano e meio para isso prescrever", acrescentou.

Mário Jardel relembrou ainda o seu percurso no futebol recordando um feito que "poucos jogadores do mundo conseguem": "Hoje, eu sou ídolo do Vasco, do Grémio, do FC Porto, do Sporting e do Galatasaray. Poucos jogadores do mundo conseguem isso. É muita história, costumo dizer que o sucesso dá muito trabalho. Tenho a certeza que Deus guardou e guarda coisas boas para mim, sou um homem de muita fé. Com muito trabalho, sacrifício e treino. As pessoas não sabiam, mas eu treinava na praia à noite. Já cabeceava bem e fazia dois treinos extra na praia, a correr e a treinar a finalização, o cabeceamento. Ficava fácil na hora do jogo, só escolhia o canto para colocar a bola. Nada foi por acaso".