O Benfica venceu esta terça-feira o Borussia Dortmund por 1-0, em jogo da primeira-mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O único golo do jogo foi apontado por Mitroglou aos 49 minutos. Os alemães desperdiçaram várias oportunidades, inclusive um penálti que Ederson defendeu a remate de Aubameyang.

Para este encontro com o Dortmund, Rui Vitória não pode contar com Jonas. O brasileiro lesionou-se na véspera, não recuperou, pelo que foi Rafa a jogar no seu lugar.
No jogo 500 de Luisão de ´águia ao peito`, o Benfica entrou na Luz no seu habitual 4-4-2, com Carrillo e Salvio nas alas. Já Thomas Tuchel voltou a surpreender, ao apresentar-se com um 3-4-3 que se estendia em 5-2-3 a defender: três centrais, dois alas muito subidos, Raphael Guerreiro e Weigl no meio, no apoio ao tridente formado por Reus, Aubameyang e Dembélé.

O primeiro tempo foi um ´Deus nos acuda` na área do Benfica, tantas foras as oportunidades claras de golo dos alemães. Aos cinco Ederson negou o golo a Dembélé. Aos 11 foi Aubameyang a rematar por cima, dentro da área, após perda de bola de Pizzi, numa oportunidade flagrante. Nova perdida dos alemães aconteceu aos 24 minutos, num remate de Dembélé que Lindelof cortou para canto, numa bola que ia para a baliza. Aos 39 foi Raphael Guerreiro a ganhar uma bola a Fejsa na área que só não deu golo porque ninguém do Dortmund acreditou. Depois foi Ederson a fazer uma falta igual a que lhe valeu a expulsão contra o Arouca, num entrada dura sobre Dembélé que o árbitro Nicola Rizzoli deixou passar.

O Dortmund foi para o intervalo sem marcar qualquer golo (algo que aconteceu pela primeira vez nos últimos 21 jogos da Champions dos alemães) com 61 por cento de posse de bola, domínio de jogo mas muito desperdício na frente. Este domínio é explicado pelo facto de Rui Vitória ter-se recusado a adaptar-se ao adversário. O Benfica foi uma nulidade no primeiro tempo a nível ofensivo, com apenas um remate de Salvio aos cinco minutos com algum perigo. Com apenas dois médios na zona central, os ´encarnados` tinham imensas dificuldades para travar o jogo dos alemães, feito a base da colocação de jogadores entrelinhas e de muita mobilidade dos homens da frente.

Percebendo o erro, Rui Vitória lançou Filipe Augusto ao intervalo para o lugar de Carrillo, numa tentativa de estancar o jogo dos alemães a meio-campo. E foi bafejado pela sorte quando aos 49 minutos, Luisão ganhou nas alturas num canto para Mitroglou desviar para golo. O capitão não marcava mas assistia no seu jogo 500 com a camisola do Benfica. Os 55124 espetadores presentes na Luz fizeram o estádio tremer.

Com o golo, o Benfica recuou as linhas e o domínio do Dortmund passou a ser mais acentuado. As oportunidades de golo iam aparecendo em catadupa, assim como os falhanços. Quando não era a falta de pontaria, era Ederson quem se emergia na baliza benfiquista como um gigante. O jovem guarda-redes ´encarnado` negou o golo a Dembélé aos 52, a Reus aos 56, a Piszczek aos 57. Numa noite de desperdício alemão, evidenciou-se Aubameyang. O gabonês apareceu na cara de Éderson aos 54 mas rematou para fora. Aos 58, falhou uma grande penalidade por mão de Fejsa na área. Rematou para o meio da baliza sem grande convicção, Ederson nem se mexeu e defendeu com relativa facilidade.

Thomas Tuchel é que não estava nada agradado com tanto desperdício. Tirou Aubameyang aos 62 e, mais tarde, Reus e Raphael Guerreiro, para fazer entrar Andre Schuerrle Pulisic e Gonzalo Castro. Rui Vitória também refrescou a equipa com as entradas de Cervi e Jiménez para os lugares de Mitroglou e Rafa.

Com o passar do tempo, o Dortmund foi ficando cada vez mais nervoso, as soluções para penetrar na defensiva começaram a faltar. Já o Benfica ia resistindo como podia, empurrado por um público ruidoso que não parou de apoiar, principalmente depois do golo de Mitroglou.

Se a noite não era dos alemães no que a concretização diz respeito, ela foi de Ederson, um dos principais responsáveis por manter por manter a baliza intacta. Aos 86 voou que nem uma águia esfomeada para afastar com a ponta dos dedos um remate de Pulisic que levava selo de golo. Exibição magnífica de um dos melhores guarda-redes jovens da atualidade.

O Benfica vai para a segunda-mão com uma preciosa vantagem de um zero, sem golos sofridos, mas precisa de melhorar e muito na forma de defender. Esta noite só não perdeu porque teve um grande Ederson na baliza e um Dortmund muito perdulário. No outro jogo desta noite o Barcelona foi surpreendentemente goleado em Paris pelo PSG por 4-0.