Jorge Nuno Pinto da Costa marcou presença no Auditório da Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras, para mais um evento de campanha, na sua recandidatura à presidência do FC Porto. O líder azul e branco falou de André Villas-Boas, comentou o roubo das faixas no Museu do FC Porto por parte de adeptos croatas do Hajduk Split, e ainda justificou o acordo que o clube azul e branco tem com a claque Super Dragões.

Super Dragões e os bilhetes para os jogos: "Os Super Dragões têm um acordo com o FC Porto para 'x' bilhetes, que não vão sequer buscar nas bilheteiras. Os Super Dragões vão aos serviços, semanalmente, pagar os da anterior jornada e levantar os da jornada seguinte, sem bichas, sem nada. Bichas é, sem filas. Os Super Dragões nunca estão em filas para as bilheteiras, porque vão levantar os bilhetes é que têm direito ao serviço."

Roubo das faixas dos Super Dragões e Coletivo 95 no Museu do FC Porto: "Roubaram as faixas, lamentavelmente, e que nós censuramos e ficamos todos, não foi só Super Dragões, magoados, sentidos, não pelo valor das faixas, mas pelo significado das faixas. É evidente que o museu tem segurança. Mas há museus, como o do Louvre, que têm super seguranças e também já foram roubados. Já entraram em museus, vocês veem na televisão, e pintaram quadros. E têm a máxima segurança. Nós reforçamos a segurança, temos agora seguranças dentro, que antes só tínhamos a entrada. Temos seguranças dentro e reforçamos as câmaras e reforçamos as portas de saída. Agora, é evidente que isto aconteceu ao fim de muitos anos, lamentavelmente, mas infelizmente ninguém está seguro."

Muitos jogadores importantes a saírem a custo zero: "O que eu pretendo é que não saiam a custo de zero e, se forem importantes, que não saiam mesmo que não seja a custo de zero. Agora, às vezes, há circunstâncias em que não se justifica que não saiam a custo de zero. Eu vou-lhe dar um exemplo. O Uribe foi um grande jogador, uma pessoa de quem eu me tornei amigo, saiu a custo de zero. O que ele pedia para continuar, e pedia porque tinha quem o desse lá fora, era menos do que nós pagámos pela transferência e pelo salário do Alan Varela. Portanto, o que temos de estar conscientes é que o mundo de futebol evoluiu. Saem jogadores a custo de zero de todos os clubes. Saiu o Grimaldo da Benfica, vai sair o Mbappé do Paris Saint-Germain, saem de todo o mundo. Porque, a partir do momento em que o mundo árabe entrou em loucuras de pagar 10 milhões sem impostos, porque lá não pagam impostos aos jogadores, é difícil a qualquer clube segurar os atletas que não ganham nem um terço disso."

O que fazer para evitar isso no futuro? "Estamos a ter cuidado. Posso falar, por exemplo, creio que não veio nos jornais, que nós renovamos recentemente com o Galeno, para ter um novo contrato de 5 anos, precisamente para segurar os maiores talentos. Nós vamos procurar segurar o Francisco Conceição, que tem um contrato até este final da época, e estamos a tentar segurá-lo com um contrato de longa duração. Agora, é evidente que temos de estar preparados todos, não somos só nós, de que há jogadores, até pelo que pedem para renovar, não justificam. Agora, o que temos que ter é a alternativa para ele sair. Como lhe disse o Varela, o que pagamos e o seu salário é inferior àquilo que o Uribe foi ganhar. Parece-me que o Varela é bonzinho."

Regresso do ciclismo no FC Porto: "Por todos conhecidos, isto só alguns sabem porquê e para quê ganhamos de mais. Isso aconteceu. Tivemos, não foi que acabar com o ciclismo, tivemos que interromper o ciclismo. E logo que estejam resolvidas e mostrada a verdade, nós voltaremos. Temos isso acordado com o Sr. Adriano Quintanilha, nós voltaremos ao ciclismo para ganhar."

Quem ficará no lugar de Fernando Gomes, responsável pela área financeira? "O substituto de Fernando Gomes, no clube, será o Dr. João Rafael Koehler e, na SAD, terá a presença do Dr. José Fernando Figueiredo. Comunicou-nos a todos que não ia continuar. Mas já sabia há um ano, porque há um ano disse-me, por razões que não interessam para aqui, que não podia continuar. E eu pedi-lhe, porque havia muitos problemas, para que ele aguentasse até ao final do mandato, sem saber se me ia recandidatar ou não. Ele teve isso em atenção, teve um trabalho fantástico até o último dia, que ainda não acabou, será só em 27 de abril. Foi muito importante na resolução dos problemas da academia e tem tido um trabalho, com o mesmo esforço e, se calhar, com mais entusiasmo, que os outros nove anos. Agora, para mim não foi surpresa, porque já estava decidido por ele e não posso mandar das pessoas."

Se vencer as eleições, Sérgio Conceição é para ficar? "Não posso garantir. Se estou convencido de que ele vai continuar no FC Porto, estou. Agora, se vai até ao fim do meu mandato, não posso garantir, ninguém pode garantir. Não lhe garantia, quando o contratei, que ele pudesse estar quatro anos e está há sete. Agora, que é o nosso desejo, é. Mas garantir não posso, como compreenderão. Agora, que quero que ele continue e que espero que sim, é uma realidade."

Arbitragens e problemas com Sérgio Conceição: "Se por arregalar os olhos vê um amarelo, é que quem está mal não é o Sérgio Conceição. A arbitragem também tende a evoluir, tende a melhorar, tende a ser mais sensata. Agora, não podemos é admitir que um indivíduo, por arregalar os olhos, possa levar um vermelho. Quando as coisas estão mal, não se resolve vindo embora. É lutando para que se dê a volta ao que está mal".

Eleições sem voto antecipado ou voto eletrónico: "O voto antecipado, o voto de correspondência, o voto eletrónico foi o que a nossa Comissão da Revisão dos Estatutos propôs. Só que não foi possível fazer a Assembleia Geral, eram contra isso e tivemos que nos manter na mesma. Agora, lamento imenso, porque há pessoas que não estão e vão obrigar pessoas de longe do Porto a ter de deslocar, porque no nosso projeto estava que houvesse mesas de voto nas Casas do FC Porto. Evitaria que gente de longe tivesse que vir aqui ao Porto. Espero que um dia consigamos pôr isso nos estatutos".

Saída de André Villas-Boas para o Chelsea em 2011: "Isso dele andar a oferecer-se não faço a mínima ideia, nem nunca ouvi. O André Villas-Boas veio para o FC Porto. Fizemos o contrato, não escrito, mas oral, em casa do Sr. Antero Henrique, ainda em Miramar. Por curiosidade, ele tinha um acordo para ir para o Sporting, no tempo em que o diretor era o Costinha, e convencemo-lo a não ir para o Sporting e vir para o FC Porto. Diante de nós, ele telefonou ao Costinha a pôr problemas, juntaram-se, o Costinha libertou-o do compromisso e veio para o FC Porto.

Cadeira de sonho durou pouco tempo: "Assinou um contrato, disse que era a cadeira de sonho dele e não mentiu, porque não disse quanto tempo o sonho ia durar. Quando acordou do sonho, soube-o porque o Sr. Antero Henrique me telefonou a dizer que o Sr. Villas-Boas, que estava fora, vinha ao Porto porque havia uma proposta do Chelsea e ele queria ir embora. Desloquei-me a casa do Sr. Antero Henrique noutro sítio, ele disse-me que tinha uma proposta e que tinha de ir. Então disse: 'Paguem os 15 M€'. Agora, não foi acordo meu. Até disse: 'Atenção, não quero que tu saias. Tu é que queres sair. E como tal, quem pagar os 15 M€, paga cash. Não tem que vir falar comigo'. E ele disse que queriam vir cá falar comigo. E eu disse: 'Não, não. Eles têm é de saber qual é o NIB para onde transferem os 15 M€ para poderes sair'".