O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição realizou, este sábado, a antevisão ao encontro da 20.ª jornada frente ao Casa Pia, a realizar-se no domingo, às 18h, no Estádio Municipal de Rio de Mouro.

"É uma equipa que não faz muitos golos mas defende bem, são consistentes e, através da organização defensiva, tentam explorar o que têm de bom. Jogadores tecnicamente evoluídos, que partem rapidamente para o ataque e criam dificuldades aos adversários. Temos de ser inteligentes nesse sentido, perceber, com o pouco espaço que nos dão e defendendo de forma mais baixa, o que podemos e devemos explorar e como criar dificuldades a essa boa organização defensiva. Esse é o nosso trabalho, foi a nossa preparação para chegar a Rio Maior e ganhar o jogo".

Importância de jogadores como Galeno ou Francisco Conceição que são ofensivos mas também defendem "É fundamental, esse equilíbrio é a base para se ganhar, o saber atacar mas perceber que temos uma baliza a defender. Depois, perceber no que é que não temos sido tão fortes este ano, nomeadamente na reação à perda. Temos muita largura no campo, o que, noutros anos, não acontecia. Os alas exploravam muito mais o espaço interior e nesse momento estávamos mais preparados. É perceber que, quem joga desta forma como estamos a jogar, e mesmo se não fosse desta forma, passamos muito tempo a correr sem bola, temos de ter soluções. O jogo é feito disso e os jogadores têm que perceber que é tão importante defender bem como atacar bem. É nesse equilíbrio e base que as equipas se montam".

Ausência de Evanilson pode levar Taremi a um melhor momento? "Temos o Namaso também e o Wendell da equipa B, que esteve no banco e entrou no último jogo. O Taremi esteve sempre comprometido e sempre foi muito profissional como vos vinha a dizer. Não jogava porque eu achava que dentro da estratégia e do trabalho realizado durante a semana, outros estavam melhores do que ele. Agora está a trabalhar bem, a competir bem, dentro do seu registo e do registo que queremos aqui, é uma opção válida mas não é só ele. Qualquer um dos outros pode jogar e, mesmo com três, quatro ou cinco avançados, podemos jogar sem avançado de referência".

FC Porto não ganha há três jogos para o campeonato, este jogo é um teste e sente que o 3.º lugar está em perigo? "Três jogos sem ganhar... soa-me estranho isso... Não nos agarramos às estatísticas, temos de olhar para o que o Casa Pia tem feito. Não nos podemos esquecer que o Casa Pia fez quatro golos contra o Vizela, mais uns quantos contra o Vitória SC... Isso vale o que vale. O jogo ganha vida própria de acordo com o que fizermos e da competência que colocamos através da estratégia definida e do trabalho realizado. É isso que nos leva para jogo. Olhar para o terceiro lugar... É uma realidade. Temos duas equipas muito próximas, uma inclusive com os mesmos pontos. Podemos entrar no jogo no 4.º lugar e isso não é, de todo, algo a que estamos habituados. É por isso que vamos lutar pelos três pontos, não vamos olhar para a tabela, os sócios, adeptos e simpatizantes preocupam-se é com os jogos que faltam, a começar por este, que vai ser um jogo difícil".

Chamada de jogadores contratados para a equipa B, o que clube quer ter uma aposta ainda mais forte na formação? "Acho que o futuro dos clubes passa exatamente por aí, pela formação. Mas não é só. Se olharmos para os campeonatos, para os tais campeonatos onde realmente existem os tubarões, há muitos jovens que aparecem das formações e isso é uma mais-valia. Nós temos aqui um leque de jogadores feitos na formação do FC Porto, que pertencem à formação. É verdade que na última convocatória eram mais de 50%, e eu vejo com muito bons olhos e vejo qualidade para que esses jovens que ainda ontem representaram tão bem o FC Porto, e na minha opinião mereciam mais, estejam na equipa principal. Até vos posso confidenciar que se calhar um ou dois vão diretamente para a convocatória amanhã. Pepe, Francisco Conceição e Gonçalo Borges não treinaram hoje e vamos ver qual é a evolução deles, e posso recorrer a dois ou três que estavam ontem em jogo. Isso, por si só, diz da qualidade que existe na formação, que tem sido trabalhada pelos treinadores. Aproveito para dar os meus parabéns ao Capucho e ao Folha, muitos daqueles jogadores estão constantemente a treinar e a jogar na equipa B e isso é de louvar, é fantástico. O futuro e o sucesso do clube será, com certeza, atuar dessa forma".

Pepe, Gonçalo Borges e Francisco Conceição em dúvida "O doutor apareceu-me no gabinete a cada 15 minutos com um caso diferente, admira-me muito ter jogadores. O Gonçalo foi um traumatismo, treinou medicado e sentiu que estava pior. O Pepe tem uma ligeira inflamação no tendão de Aquiles e o Francisco tinha uma dor forte no calcanhar, fez gelo e... queimou o calcanhar. Hoje era impossível calçar um simples sapato. Vamos ver como evoluem, estou a ser claro e direto. Mesmo não sendo, vocês vão acabar por saber o que se passa, têm informação privilegiada. Não sei como, mas têm".

Como se trabalha mentalmente uma equipa que está habituada a outros voos "Agora veio-me à cabeça um treinador italiano que disse que nunca motivou a equipa, porque os jogadores têm de ter essa responsabilidade. Saber que estão a representar o clube em questão, que estão numa final de Taça de Portugal, que fizeram uma ótima Liga dos Campeões, que por algum demérito estão neste momento a lutar por lugares aos quais não estamos habituados. Falo de mim e da minha equipa técnica, estivemos nos últimos seis anos sempre acima dos 80 pontos, mas este ano o campeonato não correu tão bem por algo que já foi muito badalado. Têm de perceber que representam este clube, que tem de haver uma base sempre presente diariamente, onde tem de haver uma exigência e rigor muito grandes no que é o nosso trabalho e ambição diárias, para que nos jogos possam ir lá para dentro com essa motivação, focados naquilo que é o nosso objetivo de sempre: a vitória".

A atitude dos jogadores do plantel e como pai sente-se orgulhoso de Francisco Conceição por ser considerado o segundo melhor driblador do mundo "Da forma como jogávamos, tendo dois médios, dois alas a jogar por dentro e dois avançados, num 4x4x2, se calhar é mais fácil nesse momento do jogo sermos eficazes do que da forma em que jogamos agora. Isso tem a ver com o modelo de jogo. A atitude é inegociável, tem de estar sempre presente. É preciso atitude em tudo na vida. Jogadores da formação? Estamos sempre a falar do mesmo, acho que não vale a pena. Quanto ao Francisco, não estou aqui como pai, estou aqui como treinador. Está tudo? Muito obrigado, hoje falou-se de futebol, parabéns".

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